quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Chico Buarque, MPB, História e Impeachment. Ou 2016, o Ano do Golpe?

Chico Buarque é um artista musical, integrante daquilo que se chama de “MPB”, e historicamente, os artistas desse segmento tendem a acompanhar os movimentos revolucionários. Afirmação está de fácil constatação ao se verificar os registros históricos. Pelo menos quanto a isso os livros não mentem.

Ocorre que, desde a mais tenra idade tentava entender o significado, o conceito e qual o público desta tal MPB, a não ser aquela imagem que vem a mente da Z. Sul, calçadão da praia, barezinhos bem conceituados, dentre outras que sempre muito diferiam da minha realidade. Como sempre residi em bairros suburbanos, tal estilo musical nunca foi muito comum aos meus ouvidos, não que eu não aprecie, dependendo do momento, uma certa canção ou outra que receba tal classificação (MPB).

Porém, como acredito que só é possível amar àquilo se conhece na intimidade, eu nunca fui fã de MPB, e conheço poucas pessoas que o sejam, pessoas estas pobres, moradoras do subúrbio carioca e sem muitos recursos financeiros, em sua maioria.

O contrassenso é facilmente perceptível ao se confrontar o 2º e 3º parágrafos acima, pois que, como pode um segmento que é apreciado, pelo menos em sua maioria, por moradores de bairros nobres e pessoas abastadas financeiramente, alegar defesa dos pobres, igualdade para todos, dentre outros chavões esquerdo-sócio-comunistas (desculpem o neologismo)? Só pode existir uma destas duas respostas para tal pergunta. Ou a alegação das causas que defendem é puro fingimento; ou, de repente, um dia tais alegações já fizeram sentido, no entanto hoje não fazem mais parte da realidade.

Senão vejamos. Como pode alguém enxergar uma causa social, quando o Senhor Chico Buarque, sai de sua residência em Paris, tão somente para fazer público para a sua amiga, a Senhora Dilma?

Como pode a presidente da República, gritar a plenos pulmões que defende os mais pobres, quando distribui MILHÕES DE REAIS, por meio da Lei Rouanet, para artistas que aceitam fazer propaganda para o seu governo, enquanto milhares de pacientes morrem nas filas dos hospitais sem atendimento médico, exatamente por falta de dinheiro?

Como pode o Senhor Lula, gritar em alto e bom som que é um homem do povo, trabalhador e humilde, quando sua maior atividade durante a vida foi organizar greves, e hoje veste os muito bem alinhados ternos Armani e viaja de jatinho por todo o país?
Se continuarmos a exemplificar, a lista quase não tem fim.

De longa data é sabido que, se você tem uma nação de idiotas, a capacidade de direcionamento desta, para onde bem entender, por àquele que está no comando fica deveras facilitada. E que maneira agradável e simples de se idiotizar uma nação, baixando o nível cultural desta, ao mesmo patamar do “Tá tranqüilo. Tá favorável”. Quem adere a tal “coisa” pode se dizer culto e ao mesmo tempo o governante faz o que bem entende, sem qualquer questionamento sobre suas intenções.

Assim, saibamos que, o que hoje chamam de cultura (música, cinema, teatro – salvo algumas peças-, etc) em outrora era tido como entretenimento. Para mim, mantenho a classificação antiga, e explico o motivo. A cultura é algo que enriquece intelectualmente o ser, habilitando-o a um conhecimento que o mesmo não possuía anteriormente. A alteração de conceito tem intenções bem pouco nobres, porém, nem tanto imotivadas, como já explicitado acima.

Concluímos que, parece que existe muito pouca coisa fora dos planos das personalidades políticas, incluindo o próprio impeachment, eis que se arrancou a marionete, porém, os seus condutores permanecem por trás do pano preto.

Tão, ou quem sabe até mais importante que retirar da presidência um ícone de tudo que é imprestável, será, já no próximo ano, sermos vigilantes aos livros de história das nossas crianças, para que nestes não venha o capítulo do ano de 2016 como o Ano do Golpe.


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