Chico
Buarque é um artista musical, integrante daquilo que se chama de “MPB”, e historicamente,
os artistas desse segmento tendem a acompanhar os movimentos revolucionários.
Afirmação está de fácil constatação ao se verificar os registros históricos. Pelo
menos quanto a isso os livros não mentem.
Ocorre
que, desde a mais tenra idade tentava entender o significado, o conceito e qual
o público desta tal MPB, a não ser aquela imagem que vem a mente da Z. Sul,
calçadão da praia, barezinhos bem conceituados, dentre outras que sempre muito
diferiam da minha realidade. Como sempre residi em bairros suburbanos, tal
estilo musical nunca foi muito comum aos meus ouvidos, não que eu não aprecie,
dependendo do momento, uma certa canção ou outra que receba tal classificação (MPB).
Porém,
como acredito que só é possível amar àquilo se conhece na intimidade, eu nunca
fui fã de MPB, e conheço poucas pessoas que o sejam, pessoas estas pobres,
moradoras do subúrbio carioca e sem muitos recursos financeiros, em sua
maioria.
O
contrassenso é facilmente perceptível ao se confrontar o 2º e 3º parágrafos
acima, pois que, como pode um segmento que é apreciado, pelo menos em sua
maioria, por moradores de bairros nobres e pessoas abastadas financeiramente,
alegar defesa dos pobres, igualdade para todos, dentre outros chavões
esquerdo-sócio-comunistas (desculpem o neologismo)? Só pode existir uma destas
duas respostas para tal pergunta. Ou a alegação das causas que defendem é puro
fingimento; ou, de repente, um dia tais alegações já fizeram sentido, no
entanto hoje não fazem mais parte da realidade.
Senão
vejamos. Como pode alguém enxergar uma causa social, quando o Senhor Chico
Buarque, sai de sua residência em Paris, tão somente para fazer público para a
sua amiga, a Senhora Dilma?
Como
pode a presidente da República, gritar a plenos pulmões que defende os mais
pobres, quando distribui MILHÕES DE REAIS, por meio da Lei Rouanet, para artistas que aceitam fazer propaganda para o seu
governo, enquanto milhares de pacientes morrem nas filas dos hospitais sem
atendimento médico, exatamente por falta de dinheiro?
Como
pode o Senhor Lula, gritar em alto e bom som que é um homem do povo,
trabalhador e humilde, quando sua maior atividade durante a vida foi organizar
greves, e hoje veste os muito bem alinhados ternos Armani e viaja de jatinho
por todo o país?
Se
continuarmos a exemplificar, a lista quase não tem fim.
De
longa data é sabido que, se você tem uma nação de idiotas, a capacidade de
direcionamento desta, para onde bem entender, por àquele que está no comando
fica deveras facilitada. E que maneira agradável e simples de se idiotizar uma
nação, baixando o nível cultural desta, ao mesmo patamar do “Tá tranqüilo. Tá
favorável”. Quem adere a tal “coisa” pode se dizer culto e ao mesmo tempo o
governante faz o que bem entende, sem qualquer questionamento sobre suas
intenções.
Assim,
saibamos que, o que hoje chamam de cultura (música, cinema, teatro – salvo
algumas peças-, etc) em outrora era tido como entretenimento. Para mim, mantenho
a classificação antiga, e explico o motivo. A cultura é algo que enriquece
intelectualmente o ser, habilitando-o a um conhecimento que o mesmo não possuía
anteriormente. A alteração de conceito tem intenções bem pouco nobres, porém,
nem tanto imotivadas, como já explicitado acima.
Concluímos
que, parece que existe muito pouca coisa fora dos planos das personalidades
políticas, incluindo o próprio impeachment, eis que se arrancou a marionete,
porém, os seus condutores permanecem por trás do pano preto.
Tão,
ou quem sabe até mais importante que retirar da presidência um ícone de tudo
que é imprestável, será, já no próximo ano, sermos vigilantes aos livros de história
das nossas crianças, para que nestes não venha o capítulo do ano de 2016 como o
Ano do Golpe.
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