A
pergunta pode parecer e até mesmo ser bem simples, porém extremamente espinhosa
e delicada é a resposta. Se começarmos de cima para baixo, desde os mais altos
escalões governamentais e empresariais, os escândalos diários noticiados com a
regularidade tamanha que muitos de nós, meros cidadãos comuns, já não temos
mais a capacidade de nos assustar.
Assim,
mesmo se fizermos o caminho inverso, de baixo para cima, com a mesma
periodicidade diária, acompanhamos matérias jornalísticas de pequenos delitos
praticados pelos cidadãos menos abastados, nesse caso a diferença está em que
na maioria das vezes os crimes são oriundos de necessidades financeiras.
Na
mesma esteira vem as entidades responsáveis pela fiscalização e punição dos
fora da lei, que vez por outra também aparece em alguma notícia de escândalo,
abuso, corrupção ou coisa que o valha.
Desta
forma, fica bastante difícil orientar, educar e ensinar aos mais jovens que o
caminho certo é o da retidão, pois que hodiernamente percebemos que no Brasil àqueles
que “andam na linha” muitas das vezes são “atropelados pelo trem”, não tendo
qualquer reconhecimento, consideração, apoio e/ou incentivo para honestamente
permanecer vivendo.
O
resultado de toda essa avalanche de “falta de honestidade” é o legado deixado as
crianças e adolescentes que presenciam tudo da mesma forma, porém que não têm o
mesmo discernimento das pessoas de mais idade. E sem saber a quem seguir,
normalmente tendem a acompanhar o lado aparentemente mais “fácil” da vida,
característica muito comum a imaturidade juvenil.
Em
suma, particularmente não vejo luz no fim desse túnel, e para ser bem sincero
creio que as coisas vão piorar cada vez mais. Um conselho? Há bem pouco tempo
comecei a ter fé, e como qualquer bom dicionário nos traduz, ter fé é crer com
todas as suas forças em algo que não se tem qualquer prova fático-material de
que esse tal algo existe ou vai existir.
Sigamos
fazendo aquilo que cremos ser o correto, e torcendo e aconselhando àqueles que
a nós pedem qualquer tipo de auxílio ou orientação a fazer o mesmo. Do
contrário entregue-mo-nos de vez ao desconhecido e partamos desta vida para uma
outra ou para o nada, pois que se não tens fé no que vive, para que vive?